sábado, 16 de agosto de 2008

Eclipse parcial da Lua de hoje

Publicamos o seguinte post, retirado do Blog AstroLeiria:


Hoje, logo a seguir ao pôr-do-sol, haverá um interessantíssimo Eclipse parcial da Lua (ocultando-se 81,3% da Lua atrás da sombra da Terra) e desta vez a horas decentes (a fase umbral começa logo a seguir ao nascer da Lua...).

Dados importantes para observar o eclipse:

1. Escolher um local sem obstruções para Este (o local onde nasce o Sol e onde irá nascer a Lua).

2. Se possível usar binóculos ou telescópio (há outras coisas para ver, nomeadamente Júpiter, Marte e Saturno, embora este fique abaixo do horizonte muito cedo...).

3. Ter atenção os horários (aproximados e em hora oficial de Portugal continental):
  • a Lua nasce (já na fase penumbral do eclipse) às 20.21;
  • o Sol põe-se às 20.29;
  • a fase umbral do Eclipse começa às 20.35;
  • o ponto máximo do eclipse é às 22.10;
  • a fase umbral do Eclipse termina às 23.44;
  • a fase penumbral do Eclipse termina às 00.57.
4. Estarem atentos ao tempo - podem dar uma vista de olhos à página do Instituto de Meteorologia português.


Mais dados e curiosidades, consultar o site da NASA (de onde veio a seguinte figura) de Fred Espenak sobre ECLIPSES...

(clicar para aumentar)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Nunca mais...

Faz hoje 63 anos que uma pequena bomba nuclear - Little Boy - destruiu a cidade de Hiroshima...


Ney Matogrosso - Rosa de Hiroshima


A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexactas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioactiva
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atómica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Poema de Vinícius de Moraes

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Viagem ao Centro da Terra - Filme 3D

Do Blog De Rerum Natura publicamos o seguinte post, do Doutor Carlos Fiolhais (o cientista português que tem o artigo científico mais citado em todo o mundo, segundo o Público):



Já está nos cinemas de todo o planeta (em breve também nos cinemas portugueses) uma nova versão do clássico de Júlio Verne de 1864 "Viagem ao Centro da Terra". Desta vez a novidade é o facto de ser um filme de acção com actores reais que pode ser visto em 3D (em Portugal há vários cinemas equipados para projecção 3D digital). O 3D já não é novo no grande ecrã, mas a tecnologia tanto da projecção de imagens como dos óculos melhorou a tal ponto que Hollywood promete para breve mais filmes do mesmo género.

O guião do filme de Eric Brevig, apesar de tomar as suas liberdades, é largamente inspirado no livro de Verne. No original era um cientista alemão que, com o seu sobrinho, entrava no interior da Terra na Islândia. Agora trata-se de um geólogo americano (Brendan Fraser), a história passa-se nos tempos de hoje - que faz o mesmo com o seu sobrinho (Josh Hutcherson). Em vez de um guia islandês, agora há uma guia islandesa (Anita Briem, uma jovem actriz da mesma nacionalidade) que, no fim, e como era fácil prever, se apaixona pelo cientista.

Boa parte da trama de Verne está lá, incluindo o grande oceano subterrâneo, o "mundo perdido" à la Conan Doyle com dinossauros e tudo, a jangada apanhada por uma tempestade e até a saída pela boca de um vulcão italiano. Vê-se já deste resumo que há muito mais ficção do que ciência (há grandes erros, como o trecho completamente delirante das pedras magnéticas que flutuam!), mas, de vez em quando, lá vêm uns apontamentos interessantes de geologia.

O filme é de acção, muita acção, o que lhe traz e vai trazer muito público juvenil. Parece que existe um parque de diversões no interior da Terra. A cena louca dos comboios mineiros faz lembrar o Indiana Jones. Os efeitos 3D aumentam a emoção por exemplo quando trazem para perto do espectador as mandíbulas do Tiranossaurus Rex ou a boca de uma feroz planta carnívora. Para os adultos, é um filme para levar os sobrinhos ou os filhos (a sala de cinema não é o interior da Terra mas também faz escuro), para além claro de mostrar a "novidade" do 3D. Mas é apenas um filme de férias e não se lhe peça mais do que isso...

O que fazer com os óleos alimentares?

Post adaptado a partir de outro post do Blog Dino_Geológico:


Pela primeira vez, vai passar a existir em Portugal, uma resposta de âmbito nacional para o destino dos óleos alimentares usados. A partir de dia 15 de Julho, a AMI lança ao público este projecto que conta já com a participação de milhares de restaurantes, hotéis, cantinas, escolas, Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais.

A AMI dá com este projecto continuidade à sua aposta no sector do ambiente, como forma de actuar preventivamente sobre a degradação ambiental e sobre as alterações climáticas, responsáveis pelo aumento das catástrofes humanitárias e pela morte de 13 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

Os cidadãos que queiram entregar os óleos alimentares usados, poderão fazê-lo a partir de agora. Para tal, poderão fazer a entrega numa garrafa fechada, dirigindo-se a um dos restaurantes aderentes, que se encontram identificados e cuja listagem poderá ser consultada no site www.ami.org.pt.

Os estabelecimentos que pretendam aderir, recebendo recipientes próprios para a deposição dos óleos alimentares usados, deverão telefonar (gratuitamente) para o número 800 299 300.

Este novo projecto ambiental da AMI permitirá evitar a contaminação das águas residuais, que acontece quando o resíduo é despejado na rede pública de esgotos, e a deposição do óleo em aterro. Os óleos alimentares usados poderão assim ser transformados em biodiesel, fornecendo uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis, e contribuindo desta forma para reduzir as emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE). Ao contrário do que por vezes acontece com o biodiesel de produção agrícola, esta forma de produção não implica a desflorestação nem a afectação de terrenos, nem concorre com o mercado da alimentação.

São produzidos todos os anos em Portugal, 120 milhões de litros de óleos alimentares usados, quantidade suficiente para fabricar 170 milhões de litros de biodiesel. Este valor corresponde ao gasóleo produzido com 60 milhões de litros de petróleo, ou seja, o equivalente a cerca de 0,5% do total das importações anuais portuguesas deste combustível fóssil. A AMI dá assim a sua contribuição para favorecer a independência energética do país, conseguindo atingir este objectivo de forma sustentável e com uma visão de longo prazo, não comprometendo outros recursos igualmente fundamentais para o desenvolvimento da sociedade e para o bem-estar da população.

Segundo a União Europeia, o futuro do sector energético deverá passar pela redução de 20% das emissões de GEE até 2020, assim como por uma meta de 20% para a utilização de energias renováveis. Refere ainda uma aposta clara na utilização dos biocombustíveis, que deverão representar no mínimo 10% dos combustíveis utilizados.

A UE determina ainda que os Estados-Membros deverão assegurar a incorporação de 5,75% de biocombustíveis em toda a gasolina e gasóleo utilizados nos transportes até final de 2010 e o Governo anunciou, em Janeiro de 2007, uma meta de 10% de incorporação de biocombustíveis na gasolina e gasóleo, para 2010.

As receitas angariadas pela AMI com a valorização dos óleos alimentares usados serão aplicadas no financiamento das Equipas de Rua que fazem acompanhamento social e psicológico aos sem-abrigo, visando a melhoria da sua qualidade de vida.


Fundação AMI
Rua José do Patrocínio, 49
1949-008 Lisboa

Telefone: 218 362 100 | Fax: 218 362 199

E-Mail: reciclagem@ami.org.pt

Internet: www.ami.org.pt

Listagem das instituições de entrega de óleo


ADENDA
: Locais, segundo a lista oficial da AMI, de recolha de óleo em Leiria:

Café da Filiparmonica
Quinta da Cerca Corte 5 2410-487 LEIRIA

Jardim-Escola João de Deus
Av. Marquês de Pombal 2410 - 152 LEIRIA

Tromba Rija
Rua Prof. Portelas, nº22 Marrazes 2415-534 LEIRIA

Hotel Cristal Vieira Praia
Av. Marginal, Praia da Vieira 2420-696 Vieira de Leiria

Atlético Clube da Sismaria
Estrada da Estação nº56 2400-282 LEIRIA

Associação Obras Sociais do Pessoal da Câmara Municipal de Leiria
Largo da Republica 2414-006 LEIRIA

Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
Rua Afonso Lopes Vieira 2400-082 LEIRIA

Restaurante O Pitorrito
Rua Central 57A 2420-415 Machados LEIRIA

Tasca do Rogério
Rua dos Abades nº245 Abadia-Cortes 2410-841 LEIRIA

Croissanteria D. Afonso III
Rua João Cabral Lote 11 Cave Esq. 2410-273 LEIRIA

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O eclipse em directo!

Via Blog AstroLeiria:

Começou às 10.41 horas (hora oficial portuguesa de Verão) e pode ser visto excelentemente (fraco remedeio para os pobres que não podem ir vê-lo para a Sibéria ou China...) neste site:


quinta-feira, 31 de julho de 2008

Eclipse solar de amanhã na Internet

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

Amanhã há um eclipse total do Sol, não visível em Portugal (mas na próxima Lua Cheia temos um eclipse parcial da Lua...). A seguinte figura, retirada do site da NASA sobre eclipses, mostra os locais onde este é visível.


Para quem, como eu, não foi para a China vê-lo, aqui fica um site que irá transmitir o eclipse on-line:

domingo, 20 de julho de 2008

Apollo XI - 39 anos depois


Faz hoje 39 anos que finalmente um homem andou noutro planeta. Quando o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em 1961, apontou como meta a Lua (levar um homem à Lua e trazê-lo de volta são e salvo, antes do decénio acabar) ninguém pensou que seria possível. Mas, como disse o Poeta, pelo sonho é que vamos... Bravos homens da Apollo XI, nunca vos esqueceremos! “Houston, Tranquility Base here. The Eagle has landed” e "That's one small step for [a] man, one giant leap for mankind" são frases inesquecíveis...!

Lembremos a data com Poesia:


Poema do homem novo

Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.

A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.

Numa cama de rede, pendurada
das paredes do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falava,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.

Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.

Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.

Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira, com o coração pequeno e ressequido
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.

in Novos Poemas Póstumos - António Gedeão (1990)

Pelo sonho é que vamos

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

─ Partimos. Vamos. Somos.

in Pelo sonho é que vamos - Sebastião da Gama

Lua

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Actividade da Geologia no Verão 2008 em Leiria

Aqui ficam os dados da minha actividade deste ano da Geologia no Verão 2008, a única a realizar no concelho de Leiria, feita com o Doutor Jorge Dinis (Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra):

Usar e não abusar: Geologia e recursos geológicos da região das Colmeias


DATA: 19.07.2008 (sábado)

HORÁRIO: 10.00 às 17.00 horas

ORGANIZAÇÃO: Doutor Jorge Dinis - Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e Fernando Martins - Blog Geopedrados

PARTIDA/CHEGADA: Piscinas Municipais de Leiria

ITINERÁRIO: Leiria - Barracão - Colmeias - Espite - Caranguejeira - Lapedo - Leiria

VAGAS: 40 lugares (transporte em Autocarro, sem custos para os inscritos)

INSCRIÇÕES: AQUI


NOTA: Colocaremos em breve mais informações e aceitaremos algumas inscrições directas...

Um passeio pelo Sol

Publicamos o seguinte post, de uma amiga espeleóloga - Sofia Reboleira, retirado do Blog GeoLeiria:

O Sol, através de um telescópio com filtro de observação solar (Foto: S. Reboleira)


No dia 27 e 28 de Junho realizaram-se as "Jornadas de Puertas Abiertas en el Observatorio del Teide".

Durante dois dias foi possível entrar, observar e compreender os telescópios do Instituto de Astrofísica das Canárias.

Perspectiva da zona interior do Observatório del Teide (Foto: S.Reboleira)


Existem actualmente, dois observatórios do espaço nas ilhas Canárias, o Observatório del Roque de los Muchachos, na Ilha de La Palma, vocacionado para a observação do céu profundo e o Observatório do Teide, na Ilha de Tenerife, centrado principalmente na observação da estrela do sistema solar.

Observatório do Roque de los Muchachos, acima das nuvens, La Palma (Foto: S.Reboleira)

O estudo da Astrofísica nas Canárias começou no início da década de 60, com a entrada em funcionamento do primeiro telescópio destinado ao estudo da luz dispersada pela matéria interplanetária.

O vulcão Teide, como pano de fundo ao observatório (Foto: S.Reboleira)

O Observatório do Teide, situado na zona de Izaña, a 2.390 metros de altitude, ocupa uma área de 50 hectares, numa crista que corresponde a um rifte formado pela elevação dos vulcões que hoje compõem as Cañadas do Teide.

Perspectiva do rifte onde está implantado o observatório del Teide (Foto: S. Reboleira)

A sua situação geográfica, associada à excelente transparência e qualidade astronómica do céu das Canárias fazem, do Observatório do Teide, um dos melhores locais europeus reservados ao estudo do Sol, contando com centenas de investigadores, que anualmente ocupam o observatório.

Interior do telescópio Carlos Sanchez (Foto: S. Reboleira)


A vasta área ocupada pelo Observatório encontra-se implantada nas cercanias do Parque Nacional das Cañadas del Teide. Este espaço natural, património da humanidade, foi classificado pelas características únicas na Terra, do estratovulcão que lhe dá o nome - o Teide. De acordo com os mais recentes critérios de classificação de montanhas (contrariando a subjectividade dada pela oscilação do nível médio das águas do mar e baseando a mediçao na superfície da placa oceânica), o Teide encontra-se entre as maiores montanhas do nosso planeta.

Parque Nacional de las Cañadas del Teide (Foto: S. Reboleira)


Estudos recentes de análise de materiais geológicos e de sondagens geofísicas, permitem afastar definitivamente a teoria da influência da fracturaçao da cadeia montanhosa do Atlas, na formação do arquipélago Canário, explicando que na sua origem se incluem apenas processos de hot spot - vulcanismo intraplaca. A variação entre o fenómeno de hot spot do arquipélago Canário e do Hawaiano encontra-se na espessura da placa oceânica na zona da pluma mantélica, que por ser de maior espessura no caso Canário, impede a subsidência das ilhas mais antigas.

Informação ao visitante (Foto: S. Reboleira)

O Observatório del Teide é composto por uma série de telescópios e instalações de acomodação, cozinha, recepção, sala de estar, garagens, estação transformadora e parque de painéis solares, com o objectivo de prestar serviço a todo o pessoal técnico e científico vinculado ao Observatório.

Sala de operações do telescópio VTT (Foto: S. Reboleira)

O Observatório conta ainda com um Centro de Visitantes, com capacidade para 40 pessoas, que ocupa uma cúpula vazia, onde se explica como funcionam os telescópios e a importância da Astronomia na história da humanidade e nos dias de hoje.

Percurso no interior do Observatório del Teide (Foto: S.Reboleira)

Miúdos e graúdos passaram um dia inesquecível, desde a história da mitologia que povoa os nossos céus, aos mais interessantes conceitos científicos associados ao maravilhoso mundo da Astrofísica.

É uma visita imperdível! Especialmente, porque o Sol é a fonte energética da Vida na Terra... Pelo menos, da Vida tal como a concebemos à luz dos conceitos do nosso tempo.

Um passeio pelo Sol

Publicamos o seguinte post, da nossa amiga espeleóloga Sofia Reboleira, retirado do Blog GeoLeiria:

O Sol, através de um telescópio com filtro de observação solar (Foto: S. Reboleira)


No dia 27 e 28 de Junho realizaram-se as "Jornadas de Puertas Abiertas en el Observatorio del Teide".

Durante dois dias foi possível entrar, observar e compreender os telescópios do Instituto de Astrofísica das Canárias.

Perspectiva da zona interior do Observatório del Teide (Foto: S.Reboleira)


Existem actualmente, dois observatórios do espaço nas ilhas Canárias, o Observatório del Roque de los Muchachos, na Ilha de La Palma, vocacionado para a observação do céu profundo e o Observatório do Teide, na Ilha de Tenerife, centrado principalmente na observação da estrela do sistema solar.

Observatório do Roque de los Muchachos, acima das nuvens, La Palma (Foto: S.Reboleira)

O estudo da Astrofísica nas Canárias começou no início da década de 60, com a entrada em funcionamento do primeiro telescópio destinado ao estudo da luz dispersada pela matéria interplanetária.

O vulcão Teide, como pano de fundo ao observatório (Foto: S.Reboleira)

O Observatório do Teide, situado na zona de Izaña, a 2.390 metros de altitude, ocupa uma área de 50 hectares, numa crista que corresponde a um rifte formado pela elevação dos vulcões que hoje compõem as Cañadas do Teide.

Perspectiva do rifte onde está implantado o observatório del Teide (Foto: S. Reboleira)

A sua situação geográfica, associada à excelente transparência e qualidade astronómica do céu das Canárias fazem, do Observatório do Teide, um dos melhores locais europeus reservados ao estudo do Sol, contando com centenas de investigadores, que anualmente ocupam o observatório.

Interior do telescópio Carlos Sanchez (Foto: S. Reboleira)


A vasta área ocupada pelo Observatório encontra-se implantada nas cercanias do Parque Nacional das Cañadas del Teide. Este espaço natural, património da humanidade, foi classificado pelas características únicas na Terra, do estratovulcão que lhe dá o nome - o Teide. De acordo com os mais recentes critérios de classificação de montanhas (contrariando a subjectividade dada pela oscilação do nível médio das águas do mar e baseando a mediçao na superfície da placa oceânica), o Teide encontra-se entre as maiores montanhas do nosso planeta.

Parque Nacional de las Cañadas del Teide (Foto: S. Reboleira)


Estudos recentes de análise de materiais geológicos e de sondagens geofísicas, permitem afastar definitivamente a teoria da influência da fracturaçao da cadeia montanhosa do Atlas, na formação do arquipélago Canário, explicando que na sua origem se incluem apenas processos de hot spot - vulcanismo intraplaca. A variação entre o fenómeno de hot spot do arquipélago Canário e do Hawaiano encontra-se na espessura da placa oceânica na zona da pluma mantélica, que por ser de maior espessura no caso Canário, impede a subsidência das ilhas mais antigas.

Informação ao visitante (Foto: S. Reboleira)

O Observatório del Teide é composto por uma série de telescópios e instalações de acomodação, cozinha, recepção, sala de estar, garagens, estação transformadora e parque de painéis solares, com o objectivo de prestar serviço a todo o pessoal técnico e científico vinculado ao Observatório.

Sala de operações do telescópio VTT (Foto: S. Reboleira)

O Observatório conta ainda com um Centro de Visitantes, com capacidade para 40 pessoas, que ocupa uma cúpula vazia, onde se explica como funcionam os telescópios e a importância da Astronomia na história da humanidade e nos dias de hoje.

Percurso no interior do Observatório del Teide (Foto: S.Reboleira)

Miúdos e graúdos passaram um dia inesquecível, desde a história da mitologia que povoa os nossos céus, aos mais interessantes conceitos científicos associados ao maravilhoso mundo da Astrofísica.

É uma visita imperdível! Especialmente, porque o Sol é a fonte energética da Vida na Terra... Pelo menos, da Vida tal como a concebemos à luz dos conceitos do nosso tempo.

Ciência Viva no Verão 2008



Ciência Viva no Verão
Edição de 2008 - 15 de Julho a 15 de Setembro

Na praia, no campo, na cidade, de dia ou de noite, faça férias com a Ciência.

Observações astronómicas, passeios científicos, visitas a faróis e a grandes obras de engenharia são algumas das actividades propostas por universidades, centros de investigação, museus, empresas, escolas e associações científicas em todo o país.


terça-feira, 10 de junho de 2008

Torga e Camões

Camões


Nem tenho versos, cedro desmedido

Da pequena floresta portuguesa!

Nem tenho versos, de tão comovido

Que fico a olhar de longe tal grandeza.



Quem te pode cantar, depois do Canto

Que deste à pátria, que to não merece?

O sol da inspiração que acendo e que levanto

Chega aos teus pés e como que arrefece.



Chamar-te génio é justo, mas é pouco.

Chamar-te herói, é dar-te um só poder.

Poeta dum império que era louco,

Foste louco a cantar e louco a combater.



Sirva, pois, de poema este respeito

Que te devo e professo,

Única nau de sonho insatisfeito

Que não teve regresso!


Miguel Torga in Poemas Ibéricos, 1965

Amor é um fogo que arde sem se ver




Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter, com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?


Música alusiva à data...

Valsinha das Medalhas - Rui Veloso
(letra Rui Veloso e Carlos Tê, música Rui Veloso)


Valsinha das Medalhas - Rui Veloso



Já chegou o dez de Junho, o dia da minha raça
Tocam cornetas na rua, brilham medalhas na praça
Rolam já as merendas, na toalha da parada
Para depois das comendas, e Ordens de Torre e Espada
Na tribuna do galarim, entre veludo e cetim
Toca a banda da marinha, e o povo canta a valsinha


REFRÃO
Encosta o teu peito ao meu, sente a comoção e chora
Ergue o olhar para o céu, que a gente não se vai embora
Quem és tu donde vens, conta-nos lá os teus feitos
Que eu nunca vi pátria assim, pequena e com tantos peitos


Já chegou o dez de Junho, há cerimónia na praça
Há colchas nos varandins, é a Guarda d'Honra que passa
Desfilam entre grinaldas, velhos heróis d'alfinete
Trazem debaixo das fraldas, mais Índias de gabinete
Na tribuna do galarim, entre veludo e cetim
Toca a banda da marinha, e o povo canta a valsinha

Zeca Afonso canta Fernando Pessoa


No comboio descendente - Zeca Afonso:



No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
E outros sem ser por nada
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...

No comboio descendente
Vinham todos à janela
Uns calados para os outros
E outros a dar-lhes trela
No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...

No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não
No comboio descendente
De Palmela a Portimão

Fernando Pessoa

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A Galiza canta Camões em homenagem a Zeca Afonso

Uxia - Verdes São Os Campos




Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

José Mário Branco canta soneto de Camões




Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - José Mário Branco


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Dia de Camões e de Portugal

Camões e a tença


Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.

Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.

E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.

Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.

Este país te mata lentamente.


Sophia de Mello Breyner Andresen, Grades (1970)

sábado, 7 de junho de 2008

Olimpíadas da Saúde

Publicamos o seguinte post, feito pela professora Luzia Meireles e colocado no Blog Ciências Físicas e Naturais-EB 2.3 Correia Mateus:




Realizou-se, ontem, no auditório do Hospital Sto. André, a semi-final das Olimpíadas da Saúde com os alunos do 9ºano da EB 2º 3º ciclos Dr. Correia Mateus. As Olimpíadas da Saúde inserem-se no Projecto "Pensar Saudável-Viver Saudável" dinamizado pela Escola Superior de Saúde de Leiria e desenvolvido na nossa escola em Área de Projecto.

Ao longo do 3º período decorreram acções formativas dinamizadas por alunos do 4º ano da Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Saúde de Leiria no âmbito das seguintes áreas temáticas: Alimentação Saudável, Promoção de Estilos de Vida Saudáveis e Saúde Sexual e Reprodutiva.

As acções formativas culminam com as Olimpíadas da Saúde em que os alunos são submetidos a questões sobre os temas tratados nas acções.

A semi-final da nossa escola foi muito renhida e no final a equipa mais rápida a carregar no botão foi a vencedora!

As equipas ficaram assim ordenadas:

1º - Proteínas.com - 9ºB
2º - Hormonas e neurónios - 9ºC
3º - Leucócitos armados - 9ºE
4º - Canabinóides - 9ºA

Parabéns a todos os alunos que participaram com empenho e raça mas também de acordo com as regras!!! Todos os professores ficaram orgulhosos dos seus alunos!!!

domingo, 1 de junho de 2008

Dia Mundial da Criança

Dormindo

Miniatura


Pois eu gosto de crianças!
Já fui criança também…
Não me lembro de o ter sido;
Mas só ver reproduzido
O que fui, sabe-me bem.

É como se de repente
A minha imagem mudasse
No cristal duma nascente,
E tudo o que sou voltasse
À pureza da semente.


Miguel Torga in Diário VIII (Coimbra, 11 de Abril de 1957)

sábado, 10 de maio de 2008

Revista Super Interessante de Maio


Diz, no seu site de divulgação e assinaturas, o seguinte:

Aborda todos os meses, de uma forma séria mas acessível, os grandes temas da actualidade científica, em artigos profusamente ilustrados e com infografias que tornam fácil o que antes parecia difícil. Da história à tecnologia espacial, da matemática à filosofia, do ambiente à saúde, dos computadores ao comportamento humano, todos os assuntos cabem na Super Interessante.

É, actualmente, a única revista em Portugal cujo tema central é a divulgação, e isso diz tudo.

Este mês ainda está melhor: texto sobre Pterossauros com ilustrações excelentes, outro texto sobre a água e ainda um outro sobre Megalitismo, uma das minhas áreas preferidas da Arqueologia e Pré-História...

A não perder...

Mapas no Live Search Maps da Microsoft

A Microsoft criou um site com mapas que é fantástico...!

http://maps.live.com/

A título de exemplo, eis a nossa Escola em Bird's Eye:


Para aceder a mapa com esta imagem, clicar AQUI.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Visita ao McDonald's de Leiria

A nossa Turma irá visitar o Restaurante McDonald's de Leiria no próximo dia 17 de Abril, 5ª-feira, das 15.15 às 16.45 horas. Vamos ver aspectos ligados com higiene e segurança no trabalho, confecção e conservação dos alimentos e o modo funcionamento em geral do Restaurante.

Está previsto que nos ofereçam um lanchinho...

Torneios de Xadrez na próxima semana

A semana que se avizinha será pródiga em Torneios de Xadrez: no dia 09.04.2008 (4ª-feira) haverá um Torneio de Escolas de Leiria, na variante de Rápidas, na Escola Nery Capucho - Marinha Grande e, na mesma cidade, decorrerá de 11 a 13 de Abril (6ª a domingo) os Regionais da DREC.

Para mais informações consultar os seguintes post do Blog XadrezLeiria:

Ficamos à espera de inscrições...

terça-feira, 25 de março de 2008

TIPO POSTEM COISAS NO BLOG!!! JÁ COMEÇO A FICAR FARTA DE VIR AQUI E NÃO TER NADA DE INTERESSANTE :@ BRRRR ...

sábado, 22 de março de 2008

Paulo é crucificado na Cruz. Amen :D


Este é o Paulo a fazer de Jesus na Via Sacra dos Pousos .. Muito bem Paulinho, representas-te muito bem. :P




sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A origem dos anos bissextos

Post de Palmira F. da Silva publicado no Blog De Rerum Natura em 29.02.2008:


O dia de hoje, 29 de Fevereiro, ocorre apenas nos anos bissextos, denominação que alguns pensam reflectir o facto de os anos assim chamados terem 366 dias (com dois seis), o que não é verdade, como iremos ver. Este dia «extra» é uma correcção introduzida para acertar o que resulta de as nossas unidades de tempo dia e ano serem referidas aos movimentos da Terra: um dia (um dia solar tem 24 horas, há uma excelente explicação no Bad Astronomy sobre a diferença entre dia solar e dia sideral) é o período de rotação da Terra e um ano, o tempo que a Terra demora na translacção em torno do Sol, não é um número inteiro de dias.

Como Phil Plait explica, há algumas nuances na definição de ano e no cálculo do tempo que a Terra demora a orbitar o Sol. Na Antiguidade, os astrónomos calcularam que a Terra dava a volta ao Sol em 365.25 dias (365 dias mais 6 horas) mas a adição de um dia extra de 4 em 4 anos tentada em Alexandria por Ptolomeu III em 238 a.C. não teve sucesso. Anos de 365 dias transformavam o calendário numa dor de cabeça, agravada no tempo de Júlio César pelo corrupto pontifex maximus, o sacerdote encarregue do calendário para quem a duração do ano reflectia as compensações monetárias dos que queriam manter um determinado cargo mais tempo ou pretendiam abreviar o mandato de um inimigo.

César, com o auxílio do astrónomo grego Sosígenes, reformou o calendário no ano que corresponde ao actual 45 a.C., na altura ano 709 AUC - ab urbe conditia, desde a fundação da Cidade (de Roma). Este calendário, que instituia entre outras coisas um ano bissexto de quatro em quatro anos, passou a ser conhecido por calendário juliano, adoptado pela generalidade da Cristandade em 325 d.C. e ainda usado pela Igreja Ortodoxa.

O problema não terminou aqui já que um ano não é exactamente 365 dias e 6 horas mas sim 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Embora a diferença possa parecer insignificante, no ano 1582, data em que o Papa Gregório XIII fez outra reforma no calendário, a diferença entre o ano astronómico e o ano sazonal já era suficiente para o pontífice ordenar o «buraco» de dez dias necessário para a corrigir. Assim, ao dia 4 de Outubro desse ano sucedeu o dia 15 de Outubro. Para evitar correcções análogas no futuro, o novo calendário gregoriano, que usamos até hoje, prevê serem bissextos os anos que sejam divisíveis por 400 e os divisíveis por 4 mas não por 100.

O mês que toma o nome do festival de purificação e limpeza denominado Februa (de Februarius que significa purificar) - ou do deus etrusco Februs mais tarde identificado com o deus romano Plutão - foi tornado ainda mais curto pelas manias de grandeza do imperador Augusto que não admitiu que o mês oitavo que tomou o seu nome fosse «inferior» ao mês sétimo que honra o seu tio-avô Júlio César.

Ao dia 29 de Fevereiro estão associadas inúmeras superstições e tradições, algumas delas bastante curiosas, o que não é de espantar dada a forma como o dia extra de Fevereiro foi introduzido. Ao adicionar o dia suplementar, Júlio César escolheu o mês de Fevereiro, o então último mês do ano considerado mês nefasto entre os romanos. Para dar a volta aos seus concidadãos mais supersticiosos, para além de decretar que o primeiro mês do ano passava a ser Janeiro e não Março, em vez de aumentar de 1 dia de quatro em quatro anos a duração do mês, César congeminou um sistema complicado: duplicou o vigésimo quarto dia de Fevereiro, que recebia na época o nome de «dia sexto antes das calendas de Março». Deste modo, o dia suplementar era o bis sextum ante diem calendas martii, que deu origem à actual designação de dia bissexto, designação que se estendeu ao ano.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

:DD

hello malta comé ?
ahahahahah
pronto já sei chega ne' ??
tao nunca mais dao noticias ?? bahhhhh

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008